domingo, 11 de maio de 2008

PESQUISA Pesquisa revela perfil do turista de eventos internacionais sediados no Brasil Por Vanessa Baldacci O crescimento vertiginoso dos eventos internacionais que vêm sendo protagonizados no Brasil coloca o país em posição de destaque. Em quatro anos a "terra da hospitalidade" subiu doze posições no ranking do ICCA – International Congress & Convention Association – passando do 21º para o 7º lugar entre os países que mais sediam eventos no mundo. Tão importante quanto estar entre os dez primeiros paises a abrigar acontecimentos desse porte, é manter o setor em constante ascenção. Para entender melhor a movimentação econômica e o perfil de cada turista estrangeiro que vem ao Brasil à negócios, o Ministério do Turismo, em parceria com a Embratur, encomendou à Fundação Getúlio Vargas uma pesquisa inédita: o impacto econômico dos eventos internacionais no Brasil. A primeira etapa do estudo foi à público na tarde de ontem. A Ministra do Turismo, Marta Suplicy, a presidente da Embratur, Jeanine Pires e o presidente do São Paulo Convention & Visitors Bureau, Orlando de Souza se reuniram na sede do Fecomércio para apresentar os dados parciais já analisados. A fase inicial da pesquisa, realizada entre setembro de 2007 e janeiro deste ano, inclui seis eventos internacionais - realizados em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS) e Foz do Iguaçu (PR) – e contou com a participação de quase cinco mil turistas estrangeiros. Dados do estudo revelam que mais da metade dos turistas estrangeiros que vem ao país para participar de eventos internacionais visita o Brasil pela primeira vez e mais de 80% declaram ter intenção de retornar. Cerca de 85% deles afirmam que a imagem em relação à cidade do evento melhorou após a viagem e, dos que permanecem mais dias, além do período do encontro, 55% dizem ser por motivo de lazer. Segundo a Ministra do Turismo, os dados revelam a intenção do visitante em esticar sua temporada no país, e para isso é de extrema importância o papel de agentes de viagens e da iniciativa privada. "O Ministério atua de duas formas: através da inclusão social e do planejamento. O turismo dá certo quando se cria musculatura interna, e quando se tem diagnóstico para planejar. Já fizemos a nossa parte, que foi criar insumos, preparar o terreno. Agora cabe ao trade encontrar formas de manter o estrangeiro no nosso país", salienta. Impacto econômico A pesquisa identificou que os turistas estrangeiros gastam em média de US$ 321,27 por dia. O impacto direto dessas despesas é de US$ 8,5 milhões. A maior parte é desembolsada com hospedagem (US$ 4 milhões), alimentos e bebidas (US$ 1,3 milhões) e compras e presentes (US$ 890 mil). Entre o principais itens adquiridos pelos visitantes estão: souvenir (60,4%), roupas e calçados (20,9%), brinquedos (17,4%), jóias (8,7%) e livros e revistas (5,6%). Já entre as atividades realizadas: descanso e alimentação (83,6%), compras e serviços pessoais (40,5%), atividades culturais e recreativas (19,7%), estudos (13,4%), participação em eventos esportivos (10,7%) e exercício físico (6,9%). Perfil do turista Dos estrangeiros que participam de eventos internacionais no Brasil, 34,1% têm entre 35 e 44 anos e 31,6% entre 25 e 34. Em relação à escolaridade, 30,1% têm ensino superior completo e 46,3% possuem mestrado e/ou doutorado. Segundo a presidente da Embratur os turistas de negócios são geralmente formadores de opinião e especialistas em suas áreas de atuação, "podendo influenciar, de maneira significativa, na construção da imagem do Brasil mundo à fora". Informações sobre as viagens Para 54,7% dos entrevistados o que motivou a participação no evento foi o fato dele ter sido realizado no Brasil. Dos turistas que permaneceram mais tempo além do período do evento, 21,8% o fizeram antes do encontro e 19,3 depois: em média de 2,58 dias. Para a maioria dos visitantes a motivação principal para a permanência extra no Brasil foi o lazer (54,9%), seguido por negócios (26%). Mais de 80% dos entrevistados manifestaram o desejo de retornar ao destino. Principais benefícios Entre os principais benefícios com a realização de eventos internacionais destacam-se a exposição internacional (100%), seguido por credibilidade (60%), exposição nacional (40%) e capacidade de organização (40%). Já entre as fontes de receita, em primeiro lugar aparecem as inscrições, seguidas de exposição nacional e venda de espaços comerciais. Entre os eventos pesquisados, 60% contaram com contratação de organizadora de eventos. A pesquisa será concluída em dezembro deste ano e abrangerá 42 eventos internacionais, ocorridos em 11 cidades brasileiras.

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