Rafael Sigollo Congressos, seminários, convenções, exposições, palestras, feiras, fóruns, lançamentos. Os eventos corporativos são uma poderosa ferramenta de marketing e relacionamento e já respondem por uma boa parte dos investimentos das empresas na área.
Com esse mercado aquecido, criam-se mais vagas de trabalho e, conseqüentemente, cursos de graduação e especialização. “Temos agora a primeira geração de profissionais que buscaram formação acadêmica, pois praticamente todos os que atuam em eventos aprenderam na prática”, afirma a diretora da KSR Eventos, Kátia de Souza.
De acordo com ela, muitos se interessam pelo tema ainda na faculdade, ao cursarem graduações como Turismo, Hotelaria, Relações Públicas e Marketing, que dão uma noção de eventos e têm matérias relacionadas.
CAMINHOS
A diretora-executiva do Meeting Professionals International (MPI), Elizabeth Wada, explica que existem dois caminhos para fazer carreira na área: em empresas fornecedoras de serviços, que montam toda a estrutura do evento e cuidam da parte audiovisual, por exemplo; ou em grandes empresas, que têm um setor próprio para pensar e desenvolver os eventos.
Elizabeth ajudou a elaborar uma pesquisa que mapeou esse mercado no Brasil e constatou que de 2006 para 2007 houve um aumento de 17,5% no orçamento destinado a eventos nas empresas. Ela ressalta que hoje os eventos corporativos são realizados com objetivos bem específicos e é preciso que dêem retorno.
“No lançamento de um produto ou serviço, o sucesso do evento extrapola os limites da 'festa' e será reconhecido só depois, com a recepção e repercussão que conseguir”, revela.
CARGA PESADA
Com a nova força dos eventos corporativos, cresceram as exigências dos clientes: “Hoje tudo é mais complexo, profissional e criativo. Ninguém quer um evento igual a outro”, afirma a gerente do setor de eventos da HSM, Patrícia Carvalho.
Para Elizabeth, isso é uma vantagem para quem pretende atuar no setor. “Essa é uma área que requer uma grande diversidade de profissionais. Há espaço para pessoas com perfis variados, com jeitos de atuar diferentes”, afirma.
Patrícia concorda. “Como os eventos hoje são ‘customizados’, o mercado precisa, por exemplo, de cenógrafos, produtores e iluminadores focados nesse nicho.”
A HSM, que promove capacitação executiva, organiza seu calendário de eventos com cerca de um ano e meio de antecedência.
Patrícia enfatiza que a jornada de trabalho desses profissionais é pesada e diferente da maioria dos outros: “Os eventos corporativos acontecem sempre em dias úteis, no horário comercial. Por isso, temos que montar e preparar tudo durante fins de semana e até nas madrugadas, se for preciso”, explica.
FORMAÇÃO
Para quem não se assusta com isso e acha que tem afinidade com o tema, Kátia, da KSR, aconselha inicialmente procurar um curso e buscar estágio. De acordo com ela, as empresas ainda valorizam mais a experiência do que a formação acadêmica na hora de contratar. Mas a tendência daqui para frente é ter as duas coisas.
“Acredito que cerca de 80% do conhecimento e da experiência você consegue transferir de uma área de eventos para outra, como corporativo, social, esportivo e cultural. Apenas 20% são de características específicas de cada um deles”, diz. |